Suspeita de envenenar família no RS confirma brigas com sogra, mas nega crime; veja detalhes do depoimento
07/01/2025
Deise Moura dos Anjos é nora de Zeli dos Anjos, que fez o bolo. Ela foi presa por suspeita de envenenar a farinha utilizada no bolo com arsênio. Polícia Civil busca mais provas no caso do bolo envenenado em Torres
Em depoimento à Polícia Civil na investigação que apura mortes após o consumo de um bolo em Torres, Litoral Norte do RS, Deise Moura dos Anjos confirmou que tinha um relacionamento conturbado com a sogra, Zeli dos Anjos, e outros membros da família.
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Deise, que está presa temporariamente, negou o crime que causou as mortes de três mulheres da família – irmãs e sobrinha de Zeli. Em nota, a defesa alegou que as prisões temporárias "possuem caráter investigativo" e que "ainda restam diversos questionamentos e respostas em aberto neste caso".
O g1 RS teve acesso aos depoimentos, obtidos pelos repórteres Adriana Irion e Humberto Trezzi, do jornal Zero Hora. Veja abaixo alguns dos destaques.
Relacionamento conturbado com a sogra
Deise relatou à polícia que teve uma série de desavenças com a sogra, por questões financeiras e outros episódios ocorridos entre elas. A sogra teria até bloqueado Deise nas redes sociais após um desentendimento.
Inclusive, ela disse aos policiais que chamava a sogra de "Naja". Porém, afirma que jamais desejou a morte da sogra e de ninguém da família. Sobre Paulo, marido de Zeli que morreu em setembro, ela afirmou que tinha um bom relacionamento.
Deise também contou aos investigadores sobre um desentendimento que teve com Tatiana Denize dos Anjos, sobrinha de Zeli, na época de seu casamento. Tatiana é uma das vítimas do caso.
Pesquisas na internet
Após o falecimento de Paulo, marido de Zeli, a suspeita afirma ter pesquisado no telefone sobre venenos fatais para seres humanos, pois pairavam dúvidas sobre o que poderia ter causado o óbito. Paulo faleceu após uma intoxicação alimentar e a polícia investiga se Deise tem relação com esta morte.
Após os três falecimentos ocorridos no Natal, ela também teria pesquisado sobre reagente químico fatal. Segundo Deise, o médico teria dito que o consumo do reagente poderia ter causado a morte das vítimas.
No velório de umas das vítimas, a suspeita também teria pesquisado sobre os sintomas das mortes. Na pesquisa, teria aparecido arsênio, disse Deise.
As pesquisas foram identificadas pela Polícia Civil, e estão entre os elementos que embasaram o pedido de prisão, autorizado pela Justiça.
Deise conta à Polícia o que aconteceu antes da morte do sogro
Segundo Deise, Zeli e o marido, Paulo, consumiram, em setembro, bananas que haviam sido atingidas pela enchente em Canoas. Depois disso, ambos passaram mal e foram atendidos no hospital. Os dois relataram ter sentido "algo apimentado ou dormência na boca, como foi o que ocorreu agora no dia 24/12", disse a suspeita.
Zeli apresentou melhora, mas Paulo acabou falecendo.
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Deise Moura dos Anjos e Zeli dos Anjos em 2021
Reprodução/ Rede Social
Relembre o caso
De acordo com a Polícia Civil, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa, durante um café da tarde, quando começaram a passar mal. Apenas uma delas não teria comido o bolo. Zeli dos Anjos, que preparou o alimento, em Arroio do Sal e levou para Torres, também foi hospitalizada.
Três mulheres morreram com intervalo de algumas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital. Neuza Denize Silva dos Anjos teve como causa da morte divulgada "choque pós-intoxicação alimentar".
Segundo o delegado, Zeli foi a única pessoa da casa a comer duas fatias. A maior concentração do veneno foi encontrada no sangue dela. A fonte da contaminação por arsênio foi a farinha usada para fazer o alimento consumido pelas vítimas, conforme o IGP.
Vítimas do caso do bolo em Torres
Reprodução/RBS TV
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